Thursday, April 7, 2011

Eles Eram Muitos Cavalos – Luis Ruffato

“A chupeta suja, de bico rasgado, que o bebê mordiscava, escapuliu rolando por sob a irmãzinha de três anos, que, a seu lado, suga o polegar com a insaciedade de quando mamava nos seios da mãe. O peitinho chiou o sono inteiro e ela tossiu e chorou, porque o cobertor fino, muxibento, que ganharam dos crentes, o irmãozinho de seis anos enrolou-se nele.” (9 Ratos)

Quando eu estava no Brasil eu vi mais chupetas naqueles dois anos que o resto da minha vida nos Estados Unidos. Eu vi tantos palatos tortos por causa de chupá-las demais e chupar o polegar também. Eu aprendi em uma classe de nutrição que quando as mães não são bem nutridas que não faz com que o leite delas não tenha menos nutrição mas faz com que produz menos. Então não tem leite má mas tem menos leite. A barriga das crianças nunca se enche e continua com sede. Nunca satisfaz o apetite das crianças. Isto é um problema grande no Brasil. A mães não se cuidam e são as crianças que pagam o preço. A chupeta só engana as crianças, não ajuda que qualquer forma real. A chupeta pode representar os esforços atuais do governo e outros programas caritativos. Não ajudam com o problema real, só escondem o problema por dar um pouco de alívio temporário.

Betsy - Rubem Fonseca

“Betsy esperou a volta do homem para morrer”

Este conto foi muito estranho até ficar sabendo que Betsy foi uma cadela. Menos o protagonista que ama Betsy, quem pensaria que a cadela esperaria a volta do dono para morrer. Ao ler por segunda vez dá para ver as dicas que mostram que Betsy é uma cadela bem no começo do conto. Fala que Betsy “só saia da cama para beber água”. Se fosse humana poderia beber água na cama. Este conto mostra que as pessoas sozinhas podem se ligar para qualquer coisa para sentir unido. Este homem tinha passado muitos anos com sua cadela e agora ficaria “só” de novo mesmo que já tinha vivido “só” com a cadela.

MUTUM

Que filme diferente! Eu gostei muito dos comentários da diretora, Sandra Kogut, depois do filme. Eu não podia acreditar que não tinha atores profissionais menos o ator pelo pai. Eu nunca ouvi falar de um filme que fez com que os atores morassem na casa onde iriam filmar para que se sentissem em casa. Isto funcionou muito bem porque os atores podiam agir completamente normal sem qualquer momento desajeitado. O processo para achar Thiago foi surpreendente. Sandra o buscou só por visitar as áreas circunvizinhas nas escolas.

A hora da estrela

Clarice mostra muito bem o racismo no Brasil. Podemos ver pela maneira que todo o mundo trata Macabéa que se acham melhor que ela. O racismo não é só contra as pessoas das outras raças mas contra pessoas de qualquer nível social que não gosta. Mesmo que os nordestinos eram brancos, até mais que a carioca Glória, não foram aceitos por serem diferentes.

Venha ver o por do sol - Lygia Fagundes Telles

“Durante algum tempo ele ainda ouviu os gritos que se multiplicaram, semelhantes aos de um animal sendo estraçalhado. Depois, os uivos foram ficando mais remotos, abafados como se viessem das profundezas da terra. Assim que atingiu o portão do cemitério, ele lançou ao poente um olhar mortiço. Ficou atento. Nenhum ouvido humano escutaria agora qualquer chamado.”

Ricardo não deixe que ninguém rouba a mulher dele. Os pobres no Brasil, por geral, não lutam contra os ricos quando os ricos estão roubando deles. Este conto fala de uma situação anormal porque Ricardo sente que merece Raquel mais que o homem rico. Os pobres podem ter orgulho mas geralmente não revoltam.

Fotonovela: Preço da felicidade

-Dê me essa arma, André, depressa! Ninguém saberá! Pensarão que fui eu... Estou velha, já não importa o que me acontecer!
-Não mamãe, sou eu quem deve pagar! Matei minha esposa, mas não é ela minha única vítima! Há também Louis ... e Monique .. e seu filho. Preciso pagar o mal que fiz a todos!

As novelas, sejam de fotos ou televisão, tem que ter uma mensagem moral nela. A mensagem moral desta novela é que a avidez e a inveja só vão trazer a tristeza. André não queria trabalhar para ganhar o dinheiro e não podia aceitar que a esposa dele não daria um filho. É raro que se nasce numa família rica e André não foi satisfeito com isto e só queria mais.

Libby Ginway

A ficção de detetive... nunca pensei que a literatura brasileira tinha isto. Tantos livros dos quais eu nunca tinha ouvido: Se eu fosse Sherlock Holmes, A fantasma da Quinta Avenida, Dentro da noite e O cobrador. Uma mulher escrevia ficção de detetive para ser uma terapia para ela. Tantas coisas que eu aprendi. Libby foi tão sábia no assunto e podia citar qualquer livro depois de pensar por um segundo.

A coisa que eu gostei mais foi quando ela explicou um pouco sobre Dentro da noite. No semestre passado Professor Krause leu um deste livro e não entendi muito do simbolismo. Libby explicou que o protagonista foi impotente e sua esposa sempre jogava paciência (solitaire) porque não tinha mais a ligação sensual com o marido. O protagonista também atropelava as mulheres e as batia na virilha porque tinha ódio para com as mulheres sensuais.

Morte e Vida Severina

Morte e Vida Severina
— Essa vida por aqui
é coisa familiar;
mas diga-me retirante,
sabe benditos rezar?
sabe cantar excelências,
defuntos encomendar?
sabe tirar ladainhas,
sabe mortos enterrar?
— Já velei muitos defuntos,
na serra é coisa vulgar;
mas nunca aprendi as rezas,
sei somente acompanhar.
— Pois se o compadre soubesse
rezar ou mesmo cantar,
trabalhávamos a meias,
que a freguesia bem dá.
— Agora se me permite
minha vez de perguntar:
como senhora, comadre,
pode manter o seu lar?
— Vou explicar rapidamente,
logo compreenderá:
como aqui a morte é tanta,
vivo de a morte ajudar.
— E ainda se me permite
que volte a perguntar:
é aqui uma profissão
trabalho tão singular?
— É, sim, uma profissão,
e a melhor de quantas há:
sou de toda a região
rezadora titular.

Por que alguém que sabe fazer tantas coisas não consegue trabalho? Não é estranho que alguém que só sabe rezar tem mais oportunidades de emprego que Severino? A morte, quando tem muita presença, pode mudar tudo na vida. O sertão é a fonte de um genocídio que faz com que a vida após a morte é mais importante que a vida mortal. A rezadora traz consolo para as famílias com um parente que morreu.

Menino De Engenho

"Zé Guedes viu uma coisa amarela a boiar. Pensou que fosse uma jaca. Meteu o remo: era a cabeça do negro coberta de lama, engalhada num pé de cabreira. Estava com três dias de afogado. E os urubus por cima, rodando."

Eu achei este trecho interessante. A primeira coisa que a cheia engolhiu do engenho foi um negro. O corpo tinha sumido por 3 dias e apareceu com os urubus. O negro representa os pobres do Brasil e quando tiver qualquer desastre os pobres serão os primeiros a se perderem. O simbolismo é interessante também porque os pobres são os salvadores dos ricos. Se não fosse pelos pobres os ricos não sobreviveriam. O negro (os pobres) também some por 3 dias e depois aparece de novo tal como o Salvador.

Friday, March 11, 2011

José - Carlos Drummond de Andrade

Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?

José representa o Brasil. O Brasil estava sendo controlado por Getúlio Vargas e o resto do mundo estava na balbúrdia. A segunda guerra mundial estava muito furiosa. O que Brasil tinha de esperança? "não veio a utopia". Getúlio tinha prometido muitas coisas com o Estado Novo mas não estava cumprindo com as promessas. Sendo que Getúlio falhou, o que poderia fazer agora? "e agora, José?"

Tendências da literatura brasileira contemporánea (com Adriana Lisboa)

Eu achei interessante que a popularidade de livros internacionais no Brasil é comparável com a literatura brasileira. Adriana respondeu para a pergunta do Rex sobre este assunto que os autores e diretores brasileiros estão ainda tentando achar sua própria identidade. Então, como é que o cinema brasileiro e a literatura brasileira vão ser mais populares se nunca se sabe o que esperar quando for a ler ou assistir. Eu mesmo não iria ver um filme estrangeiro se eu não sabia o que esperar. Se já sei que eu preciso esperar um filme triste e muito simbólico eu mais provável que vou assistir se eu gosto de filmes deste tipo. A identidade de um estilo de escrito, tal como literatura brasileira, pode ser resumido no sentido se é bom ou não. Para os brasileiros, não sabem até isso ainda.

Wednesday, March 9, 2011

Uma Conversa sobra a Tradução - Adriana Lisboa

Eu achei muito interessante esta conversa. Eu fiz a pergunta para Adriana se ela lê o livro inteiro antes de traduzir ou se ela lê várias vezes e talvez análise do livro. A resposta dela foi surpreendente no começo mas depois fez muito sentido. Ela falou que ela nunca lê ou livro nem uma vez porque primeiramente os tradutores não são pagos suficientes para fazer isto e ela prefere traduzir o livro parte por parte porque ela pode transmitir as emoções e incerteza que se sente durante a leitura. Ela também disse que geralmente não lê análise do livro porque não é necessário, só precisa traduzir a mensagem de cada oração e palavra para conseguir traduzir bem.

Erro de português - Oswald de Andrade

Quando o português chegou
Debaixo duma bruta chuva
Viestiu o índio
Que pena!
Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português

Este poema tem muito a ver com minha última entrada porque mostra a falta de necessidade dos índios pelos portugueses. Este poema é tão antropófaga que parece o "Manifesto Antropófago" em forma poética. Os índios não precisam de ropa porque poderiam a ter feito se a chuva fosse frio. Diz "Que Pena!" porque depois de por ropa na chuva só adianta ter ropa molhada, sem ropa só tinha pele molhada e secaria mais rápida que a ropa. Os portugueses só trouxeram mais problemas.

Antropofagia!

"Antes dos portugueses descobrirem o Brasil, O Brasil tinha descoberto a felicidade."

Um povo não precisa necessariamente de tecnologia e educação para que sejam felizes. Os índios não estavam reclamando da vida antes dos portugueses chegarem. Os portugueses pensaram que porque tinha coisas mais sofisticadas os índios beneficiariam delas. O "Manifesto Antropófago" está CONTRA a ideia de ter a dependência nas classes mais altas de outros países que não ídolos para os países mais pobres. Só porque um país é pobre não quer dizer que todo o mundo está triste e precisa ajuda dos outros países. O país pobre tem que utilizar os seus pontos fortes que talvez sejam sociais ou culturais e só usar os pontos positivos dos outros países se precisarem.

Friday, February 4, 2011

Você me confunde Dom Casmurro

"-Sou Homem!

Quando repeti isto, pela terceira vez, pensei no seminário, mas como se pensa em perigo que passou, um mal abortado, um pesadela extinto; todos os meus nervos me disseram que homens não são padres. O sangue era da mesma opinião."

Quando eu li estas orações pela primeira vez eu fiquei dando risada. Como é possível que Bento chegou a esta conclusão? Esta citação vem no capítulo depois do primeiro beijo entre Capitu e Bento. Bento está tentando achar as razões pelas quais ele não devia ir ao seminário. Ele já não o queria mas agora ele tem a razão, "homens não são padres". Ele exclama "Sou homem" porque depois de beijar Capitu, ele sente mais a masculinidade. Ele é adolescente que está chegando à maturidade e sente que se você gosta de moças e se elas gostam de você então você é homem e não deve ser padre. Isto sugere que os padres não são atraídos às mulheres e não gostam delas.

Thursday, January 27, 2011

Fados

Fados!
A música de fados é bem acalma. Minha namorada, logo a ser noiva, está estudando a dança. Por isso eu tenho visto muitos desempenhos da dança e eu gostei muito da mistura da dança contemporânea com as belas visuais e a música linda neste filme. Eu gostei também dos efeitos especiais, especialmente quando os dançarinos tinham as imagens duplicadas por trás que seguiam os movimentos com um atraso de meio segundo. Eu não gostei tanto quando só mostrava o rosto do cantor sem mais nada. A parte com o cantor do estilo hip-hop foi legal porque era muito mais energético e moderno.
Este estilo de música, fados, tocou em mim a lembrança da história triste do mundo dos falantes de português. Portugal tinha seus problemas quando se livrou da Espanha e quando Napoleão invadiu e também sempre tinha a pressão dos Ingleses. Faz pouco tempo que os brasileiros tinham vergonha de ser brasileiro. Os outros países não conseguiram sua independência até mais ou menos 35 anos atrás e sofreram muito no processo de se livrarem e demais no processo de estabelecer um governo. Passaram todos por tanta aflição que desenvolveram este estilo de música para soltar e expressar estes sentimentos. Alguns não vão gostar desta música mas a tristeza faz parte da vida e ninguém gosta de ser triste.

Thursday, January 20, 2011

Citações de Iracema

- Venho de bem longe, filha das florestas. Venho das terras que teus irmãos já possuíram, e hoje têm os meus.

- Bem-vindo seja o estrangeiro aos campos dos tabajaras, senhores das aldeias, e à cabana de Araquém, pai de Iracema.


Eu acho esta citação muito irônica. É bom e tudo que Martim realmente está dizendo a verdade na hora que ele conheceu Iracema mas esta oração é muito ousada. Ele disse basicamente que os irmãos dele roubaram a terra dela. Ela podia ter matado ele naquela hora mas ele era orgulhoso ou muito ousado. Ao mesmo tempo ele admite que foi um furto por possuir a terra. A maioria dos conquistadores nem admitiam que a terra pertencia aos índios. Parece que a segunda interpretação, reconhecendo que pertencia aos índios, foi a que Iracema entendeu porque ela age de uma maneira bondosa e não ofendida. Ela responde por dizer que ele é bem-vindo à casa do pai dela mesmo que poderia ter matado ele se tivesse sido ofendida.

Friday, January 14, 2011

Os Índios católicos

"A qual missa, segundo meu parecer, foi ouvida por todos com muito prazer e devoção ... E pois Nosso Senhor, que lhes deu bons corpos e bons rostos, como a bons homens, por aqui nos trouxe, creio que não foi sem causa ... Neste dia, enquanto ali andaram, dançaram e bailaram sempre com os nossos, ao som dum tamboril dos nossos, em maneira que são muito mais nossos amigos que nós seus." (A Carta de Pero Vaz de Caminha, 6, 13)

Será que Pero Vaz de Caminha era um homem religioso ou só foi agradando o rei de Portugal por falar tão bonzinho dos índios?  É possível que os índios, naqueles primeiros dias após a chegada dos portugueses, fossem amigáveis e mostrassem interesse na missa e ajudaram com a colocação da cruz mas será que foi uma inspiração tão grande como ele descreveu?  A nação portuguesa amava a religião católica então se Pero Vaz pudesse convencer o rei que os índios aceitariam essa fé, ele seria mais disposto a deixar que o Brasil fosse colonizado pelos portugueses.  Ele queria convencer o rei que foi a vontade de Deus que eles e seus navios estivessem lá.  No fim da citação ele está tentando mostrar que mesmo que os índios não aceitassem o evangelho, são bons amigos e não dar-nos-ão problemas.