Friday, March 11, 2011

José - Carlos Drummond de Andrade

Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?

José representa o Brasil. O Brasil estava sendo controlado por Getúlio Vargas e o resto do mundo estava na balbúrdia. A segunda guerra mundial estava muito furiosa. O que Brasil tinha de esperança? "não veio a utopia". Getúlio tinha prometido muitas coisas com o Estado Novo mas não estava cumprindo com as promessas. Sendo que Getúlio falhou, o que poderia fazer agora? "e agora, José?"

Tendências da literatura brasileira contemporánea (com Adriana Lisboa)

Eu achei interessante que a popularidade de livros internacionais no Brasil é comparável com a literatura brasileira. Adriana respondeu para a pergunta do Rex sobre este assunto que os autores e diretores brasileiros estão ainda tentando achar sua própria identidade. Então, como é que o cinema brasileiro e a literatura brasileira vão ser mais populares se nunca se sabe o que esperar quando for a ler ou assistir. Eu mesmo não iria ver um filme estrangeiro se eu não sabia o que esperar. Se já sei que eu preciso esperar um filme triste e muito simbólico eu mais provável que vou assistir se eu gosto de filmes deste tipo. A identidade de um estilo de escrito, tal como literatura brasileira, pode ser resumido no sentido se é bom ou não. Para os brasileiros, não sabem até isso ainda.

Wednesday, March 9, 2011

Uma Conversa sobra a Tradução - Adriana Lisboa

Eu achei muito interessante esta conversa. Eu fiz a pergunta para Adriana se ela lê o livro inteiro antes de traduzir ou se ela lê várias vezes e talvez análise do livro. A resposta dela foi surpreendente no começo mas depois fez muito sentido. Ela falou que ela nunca lê ou livro nem uma vez porque primeiramente os tradutores não são pagos suficientes para fazer isto e ela prefere traduzir o livro parte por parte porque ela pode transmitir as emoções e incerteza que se sente durante a leitura. Ela também disse que geralmente não lê análise do livro porque não é necessário, só precisa traduzir a mensagem de cada oração e palavra para conseguir traduzir bem.

Erro de português - Oswald de Andrade

Quando o português chegou
Debaixo duma bruta chuva
Viestiu o índio
Que pena!
Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português

Este poema tem muito a ver com minha última entrada porque mostra a falta de necessidade dos índios pelos portugueses. Este poema é tão antropófaga que parece o "Manifesto Antropófago" em forma poética. Os índios não precisam de ropa porque poderiam a ter feito se a chuva fosse frio. Diz "Que Pena!" porque depois de por ropa na chuva só adianta ter ropa molhada, sem ropa só tinha pele molhada e secaria mais rápida que a ropa. Os portugueses só trouxeram mais problemas.

Antropofagia!

"Antes dos portugueses descobrirem o Brasil, O Brasil tinha descoberto a felicidade."

Um povo não precisa necessariamente de tecnologia e educação para que sejam felizes. Os índios não estavam reclamando da vida antes dos portugueses chegarem. Os portugueses pensaram que porque tinha coisas mais sofisticadas os índios beneficiariam delas. O "Manifesto Antropófago" está CONTRA a ideia de ter a dependência nas classes mais altas de outros países que não ídolos para os países mais pobres. Só porque um país é pobre não quer dizer que todo o mundo está triste e precisa ajuda dos outros países. O país pobre tem que utilizar os seus pontos fortes que talvez sejam sociais ou culturais e só usar os pontos positivos dos outros países se precisarem.